
Há cerca de um
mês, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná deixou de
conceder Autorização Especial de Trânsito (AET) para bitrenzões 9 eixos
(com 19,8 metros de comprimento) transformados depois de fevereiro de
2006. Essa configuração, cujo Peso Bruto Total Combinado (PBTC) é de 74
toneladas, já era proibida no Estado de São Paulo e no Rio Grande do
Sul.
Segundo o
coordenador de Engenharia de Trânsito e Segurança Rodoviária do DER
paranaense, Nilton Merlin de Camargo, o órgão chegou à conclusão de que o
veículo é danoso para o pavimento e para as obras de arte. “Só estamos
concedendo licença para quem comprovar que (o bitrenzão) foi fabricado
até essa data”, afirma.
É que a resolução
211/2006 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proibiu os
bitrenzões curtos. A partir de então eles só podem ser fabricados com,
no mínimo, 25 metros. Mas, conforme mostrou a Revista Carga Pesada, há
muita gente transformando antigos bitrens 7 eixos, que têm PBTC de 57
toneladas, em bitrenzões.
Esse fenômeno se
intensificou depois que o Contran passou a exigir cavalos 6×4 para
tracionar os 7 eixos. Devido ao aumento do custo do cavalo traçado,
muitos transportadores aproveitam para transformar os velhos implementos
em bitrenzões, com um ganho de 30% na carga. Clique aqui e leia
reportagem especial sobre o assunto.
Questionado a
respeito dos custos que os transportadores tiveram para reformar os
implementos que agora não poderão rodar, Camargo respondeu que eles
deveriam ter consultado o DER antes de incluir os dois eixos nos
veículos. Segundo o coordenador, o bitrenzão ajuda a reduzir a vida útil
do pavimento.
Além disso, de
acordo com ele, há também a preocupação com a segurança. “Ninguém me
provou que ele (bitrenzão) é seguro. Quando eu coloco 200 quilos a mais
na minha caminhonete já sinto uma diferença grande na hora de frear,
imagine o caminhão com 17 toneladas a mais”, ressalta.
O coordenador
afirmou esperar que o Contran tome alguma providência para impedir as
transformações desses implementos. No ano passado, a assessoria do órgão
havia informado à Carga Pesada que uma comissão estava estudando o
assunto. A reportagem entrou em contato com a assessoria novamente nesta
sexta-feira (27). A informação é de que não há nenhuma novidade por
enquanto.
SÓ COM LIMINAR
No Rio Grande do
Sul, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) proibiu os
bitrenzões em 2004, antes mesmo da resolução do Contran. De acordo com a
superintendente de Transporte de Carga do Departamento Autônomo de
Estradas de Rodagem (Daer), Iara Montano Rei, só estão circulando no
Estado as configurações de 19,8 metros cujos proprietários foram à
Justiça e obtiveram autorização por meio de liminares.
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